Se pensarmos que a felicidade tem uma interpretação para cada um de nós, imagina quantas possibilidades não residem para serem exploradas pelas marcas? Preocupadas em sempre entender e atender nossas expectativas, falar de felicidade tem um grande bônus por conectar de forma emocional e duradoura conosco.
Mas também reside uma armadilha: como falar de felicidade quando vemos e discutimos problemas estruturais da nossa sociedade dia a dia? Saúde mental, crise climática, austeridade e uma pandemia para a conta dos tempos atuais mostram que falar em ser feliz nunca foi tão difÃcil. E, ao mesmo tempo, nunca foi tão necessário.
A vez das compras emocionais
Um traço comum entre os mais jovens, e que tem aquecido o mercado de maneira geral, são as compras emocionais. O padrão de comportamento pode ser entendido como uma forma de se mimar, já que incorre em escolhas guiadas pelo prazer mais presente, sem se importar muito com o dia de amanhã.
Parece que aquele planejamento financeiro não é mais uma prioridade do controle pessoal. A pandemia acelerou esse pensamento entre a GenZ e Millennials que, hoje, mesmo após o perÃodo mais crÃtico, perpetuam esse tipo de compra. Com os altos custos de vida e o menor tempo para o lazer, gastar virou - ainda mais - sinônimo de felicidade.
O anti-niilismo e a ilusão do otimismo
Parece que o algoritmo do TikTok está apontando para uma fase mais otimista. Depois de uma onda de desesperança pós-covid observou-se o crescimento de uma tendência anti-niilista. Conteúdos filosóficos menos céticos e mais conectados com valores estão mostrando força, revelando que os consumidores ainda tem interesse em encontrar um sentido maior para suas vidas - e suas compras.
De certa forma, isso tem a ver com a publicidade: ela entende bem em como nos fazer acreditar em otimismo, mesmo que ele seja só uma ilusão, como defendeu o Faris Yakob neste artigo. Para ele, a venda de soluções em produtos e serviços tem esse raciocÃnio de enxergar um futuro otimista para se livrar do pessimismo do presente.
O preço do capital social da terapia
Não tem como não falar de felicidade sem falar de saúde mental. E as pessoas tem falado cada vez mais sobre isto! Segundo este artigo no New York Times, as pessoas falam com naturalidade sobre o andamento de seus tratamentos psicológicos em rodas de amigos no ambiente de trabalho e até nas DRs de casal.
Mas como toda popularização, termos que designam transtornos ou doenças mentais sérias foram banalizados, o que vem preocupado profissionais da área da saúde. Perfis em redes sociais com vÃdeos virais são vistos como os principais responsáveis por esse desvio e contribuem mais para auto-diagnósticos equivocados ou para que as pessoas se sintam mais confiantes em seus argumentos usando algum jargão cientÃfico.
A crise do BFF
A pandemia parece ter sido só mais um ingrediente entre tantos que já ferviam o caldo da crise mundial da amizade. A rotina caótica de trabalho, a maior transferência de emprego alinhada com mudanças de cidade, e até o aumento das responsabilidades com filhos fazem parte desse quadro: não à toa, 12% dos norte-americanos relatam não ter uma amizade próxima.
E o problema é ainda mais grave entre os homens. Enquanto 40% das mulheres dizem receber apoio emocional de suas amizades, só 20% da ala masculina relata ter um ombro amigo. O nÃvel de amizade cai principalmente no inÃcio da vida adulta, e muitos tem apenas a companheira ou companheiro como pessoas mais próxima, o que também é um problema, já que questões mais vulneráveis são mais difÃceis de tratar e causam uma sobrecarga na relação, além da dependência.
38º
colocação do Brasil no ranking da ONU de paÃses mais felizes do mundo. São 22 posições a menos que em 2015, atrás de paÃses como o Bahrein (21º) e Arábia Saudita (25º).
7
dias são necessários para participar do Desafio da Felicidade de Wells, com foco total ao que vários estudos apontam como a maior fonte de felicidade: a construção de relacionamentos e laços entre as pessoas.
11,3%
dos brasileiros usam algum tipo de medicamento para depressão. Esse número vem numa escalada nos últimos anos: em 2013 eram 7,6% e em 2019, foi para 10,2%.
42%
dos participantes de uma pesquisa tiveram sonhos mais lúcidos após ingerirem um medicamento. Isso ajuda a entender nossa biologia, além de analisar a relação desse tema com nossos traumas e enfrentamentos de medos.
40
anos é a idade conhecida como o ponto mais baixo da curva da felicidade da vida. Estudos recentes mostram que esse padrão é variável pois a felicidade também é, dependendo mais do estado do bem-estar social de cada paÃs ou região.