Para começar, vamos à definição: ativos de marca são os elementos para além da logo que acionam a marca na memória dos compradores, como: fontes, cores, elementos, cheiros, sons, personagens, etc.
Para ver como estes ativos funcionam, basta observar o que vem na nossa cabeça quando juntamos as palavras “banco” e "roxo”. Ou então quando ouvimos a onomatopéia "tu-duumm". A maioria das pessoas pensa em Nubank e Netflix, pois estas são marcas que conseguiram construir ativos tão forte que, sozinhos, conseguem evocar suas imagens em nossas memórias.
Construir ativos de marca é cada vez mais importante para as empresas, uma vez que a comunicação com os consumidores deixou de ser aplicada prioritariamente em elementos visuais estáticos para tornar-se viva, transitando entre prateleiras, lojas, telas, redes sociais e até no metaverso. Por isso, nesta edição da Nós da Cordão buscamos referências e estudos que falem sobre o que faz um bom ativo de marca hoje em dia. Vamos desar este nó?
Personagens são polêmicos
Nas últimas semanas, a polêmica dos personagens da M&Ms esteve em todos os portais de notícias. Se você não acompanhou, o rolê foi mais ou menos assim: no final do ano passado a marca redesenhou seus personagens para deixá-los mais inclusivos do ponto de vista de gênero - o que gerou imensa revolta em consumidores americanos ultra conservadores. Então, a marca respondeu à pressão dizendo que iria “aposentar os personagens”, mas é claro que era tudo mentirinha. Com uma complexa estratégia de comunicação, a marca anunciou o retorno dos personagens durante o Super Bowl.
Mesmo que você não dê a mínima para esta história, só o fato de existir uma polêmica como esta já é evidência do quanto os personagens são importantes como ativo de marca, muitas vezes fazendo parte da vida dos consumidores. Mas, apesar das pesquisas mostrarem que eles são o ativo com maior reconhecimento das pessoas, cada vez menos marcas apostam em personagens.
Se a sua empresa tem, ou pensa em criar um personagem, vale ainda dar uma olhada neste estudo que mostra que os ‘influenciadores digitais", como a Lu do Magalu, trazem maior benefício às marcas do que representantes humanos.
A cor é uma marca?
A cor é um dos ativos mais importantes para a construção de identidade das marcas. Afinal, estudos mostram que a cor aumenta o reconhecimento em até 80% e que mais de 62% dos consumidores fazem seu julgamento inicial baseado na cor. Por isso, grandes empresas tem entrado na justiça para registrar “a sua cor” e garantir que ninguém mais a use.
Apesar de algumas empresas terem tido sucesso neste registro, os exemplos mostram que conseguir o direito legal a uma cor não é tarefa fácil. Neste artigo do The Hustle, acompanhamos um histórico do registro de cores, as exigências legais para conseguir este direito e também as brigas das marcas peixes grandes para adonar-se de seus pigmentos identitários. E a sua marca, já tem uma cor para chamar de sua?
Como escrever um bom manifesto?
O manifesto de marca é uma peça-chave para a construção de uma estratégia. Ele tem a responsabilidade de encapsular a forma como a marca fala e também o principal conteúdo da sua comunicação. Nós amamos escrever manifestos (e até hoje nunca tivemos um manifesto reprovado, acredita?). Se você também curte o exercício, neste tweet tem algumas dicas valiosas de quais são os elementos que ajudam a tornar este texto poderoso.
O que faz um logo ser eficaz?
Aqui na Cordão nós já conduzimos dezenas de processos de desenho ou redesenho de logotipos. Então, podemos falar com propriedade que esta não é tarefa fácil. Por isso, achamos interessante este estudo que avaliou mais de 500 marcas para afirmar quais características fazem um logo ser mais eficaz do que o outro.
Para desgosto dos designers, o estudo apontou que logos descritivos (aqueles que trazem elementos visuais que representam o produto ou categoria) impactam mais favoravelmente as percepções de marca dos consumidores do que os não descritivos. Você pode pensar que logos famosos como Nike ou Apple não são descritivos e ainda assim fazem muito sucesso. Então vale o disclaimer: além de existirem diversas exceções (citadas no próprio estudo), cada empresa precisa ter um conjunto de critérios para avaliar se o logo é adequado à sua estratégia ou não.
$481 bi
é o valor atribuído a marca da Apple, a mais valiosa do mundo segundo a Interbrand no estudo Most Valuable Brands 2022.
40,5 bi
é o valor atribuído ao Itaú - a marca mais valiosa do Brasil, segundo o mesmo estudo em 2021.
50%
pelo menos metade do valor de uma empresa é atribuído ao valor da marca, segundo o Brand Finance 2010.
213 milhões
é o numero de empresas registradas no mundo todo. O número é 74% maior do que o dos anos 2000, segundo o Statista.
Uma newsletter é muito pouco!
Por isso, reunimos mais algumas dicas para você se aprofundar.
É impossível falar sobre ativos de marca e não indicar o livro: Building Distinctive Brand Assets da Jenni Romaniuk. Uma das maiores pesquisadoras em saúde e eficiência de marca do mundo, escreveu neste livro tudo que há de conhecimento científico sobre ativos de marcas. Como, por exemplo: quais são mais reconhecidos, quais são mais usados ou quais performam mais em diferentes mídias. O livro é em inglês e não sai barato. Mas, se você tem o desafio de construir ativos de marca, certamente valerá cada centavo.
Ainda achou pouco? Então aqui vão mais algumas opções: