Conheça a cultura jovem #35
Eles estão chegando no mercado de trabalho - o que isso quer dizer?
O futuro está nas crianças. Mas parece que sempre fica para a próxima geração, já que a Geração Z - nascidos entre 1995 e 2010, mais ou menos - está bem crescidinha e assumindo os primeiros empregos - e não parece muito esperançosa.
Logo ela que terá o maior poder aquisitivo de mercado, vai influenciar o nosso consumo e os rumos de vários aspectos do nosso dia a dia. Por isso, resolvemos falar um pouco do que já se sabe dela, que vai além da especulação de outros anos, e de como algumas das tendências se confirmaram de um jeito totalmente diferente do que imaginávamos.
Geração Materialista
É isso mesmo: a GenZ vem com um grande desejo de ganhos financeiros, principalmente para artigos de luxo. Mas, diferente do que se via nas gerações anteriores, a ganância parece dar lugar para o "conforto financeiro", já que é uma geração que nasceu e cresceu na crise econômica e na inflação desenfreada.
Para 73% ficou mais difícil economizar, o que impacta nos planos de longo prazo. Ainda, três quartos estão mais propensos a aceitar empregos extras para complementar sua renda, e mais de um terço planeja trocar de emprego para ajustar sua condição financeira.
Por isso, essa geração tem protagonismo no Great Resignation, movimento observado nos EUA em que os mais jovens tem pedido demissão atrás de melhores salários e condições no ambiente de trabalho.
… e também uma Geração Maximalista
A estética que dominou a última virada de século está de volta, mas com um novo apelo. Conhecida como Y2K - significa year 2000, ou ano 2000 - ela hoje pode ser identificada como maximalismo, e tem tudo a ver com a Geração Z.
Essa estética do absurdo carrega cores e símbolos que buscam chamar atenção para a fluidez e para os protestos que a GenZ está engajada. E depois de períodos mais severos de isolamento social, ela que vem chegando no mercado de trabalho e com poder aquisitivo, quer mais é extravasar.
Redefinindo o feio
A gente lembra da época que Crocs era sinônimo de xingamento. Hoje, o sapato é quase um artigo de luxo, com cores e pins customizados. Isso tudo pra falar dessa tendência que varreu não só a estética da moda, como da internet e até da culinária: a feiúra.
Tem tudo a ver com a Geração Z. Na verdade, a binaridade da beleza e da feiúra perde total sentido, “e esta última é redefinida em sua complexidade e nuances sutis como algo atraente, algo que se elevará acima da desordem, algo que adicionará caos aos algoritmos”. Ou seja, a máxima que o feio bonito lhe parece, nunca fez tanto sentido.
Sinceridade nos rótulos
O olhar mais crítico - e também mais cético - da GenZ tem provocado uma importante transformação no marketing, ao menos no mercado alimentar. Sabe aquelas promessas de ingredientes milagrosos que ajudam sua saúde? Não colam mais.
Por isso, muitas marcas tem preferido uma comunicação sincera e bem direta, como “Quer algo saudável? Vá comer cenoura”. Não é que eles estejam mais saudáveis, mas é que depois de uma crise sanitária - combinada com a incerteza econômica que sempre assombrou - eles só querem o mínimo: serem levados a sério e aproveitarem uma indulgência sem se sentirem julgados por isso.
Status de relacionamento: Amizade Colorida
Na verdade é chamado de Situtationship, mas as semelhanças com o termo brasileiro são óbvias. Isso porque ele designa o tipo de relação em que as partes se aproximam para conhecerem e entenderem as necessidades, antes de assumir o relacionamento.
Ao contrário do que se imagina, esse novo status tem mais a ver com as incertezas e inseguranças dessa geração. Eles procuram conhecer a fundo a outra pessoa, antes de assumir algo que consideram mais profundo.
45%
da Geração Z e dos Millennials “não veem sentido em economizar até que as coisas voltem ao normal” - pandemia, crise econômica e ambiental. Isso explica muita coisa, principalmente o aumento das compras emocionais desses perfis.
35%
das marcas preferidas da GenZ são lanches, como Doritos, Oreo ou Pringles. Ou seja, pra quem achava que eles iriam preferir uma alimentação mais saudável, está aí um dado interessante para discutir.
43%
o uso de maconha cresceu entre pessoas de 19 a 30 anos, segundo pesquisa nos EUA. A diferença é de quase 10% a mais do que em 2016, última vez que foi feita a mesma pesquisa.
91%
Cerca de nove em cada dez norte-americanos com idades entre 18 e 49 anos dizem que já compram coisas online usando um smartphone, em comparação com 69% dos adultos de 50 a 64 anos e 48% daqueles 65 anos ou mais.
70%
dos GenZ usam ferramentas que legendam conteúdos on-line. É o maior entre as gerações, e a justificativa é que eles tem mais acesso a conteúdos de outras nacionalidades e também por conta da acessibilidade.