Como prometido, nesta edição da Nós da Cordão vamos mergulhar nos principais temas debatidos no Web Summit Lisboa 2024. E, como não poderia deixar de ser, começamos com uma agenda recheada de inovações que vão deste a inteligência artificial até a robótica.
O Web Summit Lisboa foi o primeiro evento em que vimos casos de uso e resultados práticos sobre Inteligência Artificial sendo apresentados, mostrando que esta tecnologia está ganhando maturidade mais rápido do que imaginávamos.
Vamos lá?
IA onipresente e onipotente
Como esperado, a Inteligência Artificial foi o grande tema deste ano. Ao circular pelos pavilhões de startups, podíamos ver que praticamente todas elas, desde as alphas até as growth, estavam prometendo ganho de eficiência operacional através da IA. Mas, não apenas as startups, as grandes corporações como a KPMG ou a IBM também traziam esta promessa como foco principal.
Uma das falas de maior repercussão sobre eficiência operacional foi a do presidente do Alibaba, Kuo Zhang, que divulgou os resultados práticos de seu primeiro experimento com IA no próprio marketplace.
60k lojistas usando as ferramentas de IA.
7M de produtos foram postados usando IA.
52% de aumento em taxas de conversão destes produtos.
20M de perguntas de usuários respondidas por IA.
26% de aumento nas respostas a perguntas de clientes
De olho em um mercado de 30 trilhões de dólares ao ano, o Alibaba também anunciou a criação da Accio, uma plataforma B2B acelerada por IA para que pequenos varejistas possam encontrar fornecedores chineses e promover seus produtos localmente.
Eficiência também na geração de conteúdo
A busca de eficiência operacional também foi uma verdade nos palcos de marketing. Uma das palestras com dados mais impressionantes foi a do David Jones, CEO da Brandtech Group. Ele compartilhou os resultados de sua plataforma de IA Ads com a qual foram criados mais de 1 milhão de anúncios para mais de 5.000 marcas. Segundo ele, o conteúdo foi criado, em média, 10 vezes mais rápido, 50% mais barato e com 40% a mais de retorno.
Os avanços na parte de vídeo também tiveram destaque. O CEO Synthesia, Brewster Stanislaw Stanislaw, apresentou o caso de uso da Salesforce, que reduziu em 90% o tempo de criação de vídeos de treinamento interno, gerando uma economia de US$ 1,5 milhões.
"Nos próximos três a quatro anos, toda e qualquer grande marca do mundo será capaz de reduzir pelo menos 50% de sua criação de conteúdo” - David Jones.
O futuro da IA é personalizar
Embora a eficiência operacional tenha sido a bola da vez, grande parte dos palestrantes aposta que a virada de jogo acontecerá quando a IA for usada para personalizar as experiências das marcas com as pessoas.
Talvez, a fala mais impactante sobre personalização tenha sido do Victor Ai, CEO da Terminus Group, que apresentou ao mercado a Hali, uma agente de IA que possui habilidades de "pensamento lento", percepção multimodal, memória de longo prazo e capacidade de trabalhar em equipe com outros agentes de IA.
A Terminus Group também apresentou a marca de eletrônicos de luxo Buttons, que irá integrar a IA de Hali em diversos produtos, como fones de ouvido, óculos de AR, pulseiras, alto-falantes e até robôs de companhia. O objetivo é criar uma categoria de "inteligência de luxo", onde a Hali estará presente em diversos dispositivos do dia a dia, melhorando a experiência do usuário.
“a IA pode ganhar mais valor ao antecipar as necessidades humanas, como se fosse um assistente de loja de luxo. Hoje, o uso de IA está muito focado em eficiência e precisa evoluir para maior personalização" - Dan Gardner, CEO da Code and Theory.
A robótica é o próximo grande salto
Segundo os especialistas, o desafio que segurou a robótica no passado foi a inteligência necessária para controlar esses sistemas, e não a parte mecânica em si. Então, com o avanço da IA, a robótica deve dar um salto.
Assim, durante os quatro dias de evento vimos muita demonstração de uso de robôs para indústrias, entregas e atendimento ao cliente - embora devemos ressaltar que muitas demonstrações deixaram a desejar no desempenho, como por exemplo o Digit da Agility Robotics. Ele foi pensado para realizar tarefas repetitivas e desgastantes em ambientes industriais e logísticos, liberando os trabalhadores humanos para se concentrarem em atividades mais complexas. Mas, falhou ao desempenhar tarefas simples no palco como colocar a camiseta correta no cesto.
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