Sejamos honestos: as coisas mais interessantes que vimos acontecer nos últimos anos são iniciativas de marcas indo direto ao consumidor. E sim, sabemos que este é um assunto polêmico, pois nem sempre os intermediários apoiam estas empreitadas e rola aquele lobby para que as coisas continuem do jeito que estão.
Mas, o D2C (direct-to-consumer) é mais uma daquelas tendências que foram aceleradas pela intensa digitalização do mundo pós-pandemia e, querendo ou não, parece que o futuro vai favorecer as empresas que conseguirem transitar bem entre diferentes setores: é indústria que vira varejo, varejo que vira banco, banco que vira marketplace e por aí vai.
Por isso, na news deste mês mergulhamos em dados, cases e insights de marcas que estão apostando nas vendas D2C como estratégia de diversificação para o futuro.
Boa leitura!
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O futuro é direto ao consumidor
Pesquisadores da McKinsey afirmam que, em um mundo pós-cookies, as marcas deverão alcançar 20% dos seus negócios em iniciativas direto ao consumidor - ou mais! Eles também afirmam que as empresas que ainda estão focadas somente no atacado precisam acelerar sua transição para uma proposta digital first o quanto antes.
Negócio da China
A onipresença de plataformas de comércio eletrônico de moda rápida tem se intensificado nos últimos tempos, e um destes destaques é a Shein (se pronuncia she-in). Neste dossiê sensacional podemos entender os fatores de sucesso: uma cadeia de fornecedores exclusivos e uma oferta focada na experiência mobile que se adapta conforme a região.
A Shein não impõe um estilo para o consumidor, pois se adapta às buscas de cada localidade para oferecer o que tem de mais quente na moda com o máximo de agilidade, sem intermediários, graças aos dados de busca coletados. Olhar para a Shein é, sem dúvida, ver o futuro do e-commerce, reunindo o melhor da Apple - com o controle da cadeia de valor - e da Amazon - oferta de preços baixos.
Mas, nem tudo são flores para a Shein: toda essa presença é cercada por mistérios e também por críticas em relação ao baixo valor das peças, o que não precisa de muito para associar a condições análogas de trabalho escravo.
Marcas tradicionais na transição
A Nike vem investindo bastante para tornar a relação direta com o consumidor em uma das suas principais fontes de receita. Nos últimos anos, a gigante do esporte não só contratou o CEO da eBay, como investiu nas suas lojas Nike Live, que tem como grande diferencial oferecer produtos que são mais demandados em cada região. A experiência vem dando certo, apesar das opiniões iniciais impopulares (que a Nike está bem cansada de lidar e triunfar): as vendas D2C já representavam 35% do faturamento em 2020, além dos planos de abrir mais 200 lojas Nike Live com alta tecnologia, permitindo acesso a produtos por QR Code e provadores virtuais.
Outra marca que vem fazendo bonito é a Heineken: apesar da legislação norte-americana proibir venda direta para marcas de bebida, ela criou um sistema com estabelecimentos locais para seguir no negócio. Além de prometerem a entrega da cerveja gelada em menos tempo, ela aproveitou o canal direto para o lançamento de sua linha de máquinas de torneiras domésticas que conseguem manter cerveja gelada por até 3 semanas. Achou que acabou? Nada disso, ela também aproveitou para lançar duas novas linhas de produtos: cold-brew coffee e a sua kombuchá, que também podem ser armazenados nos barris domésticos.
D2C para serviços?
O sonho de todo empreendedor no momento é ter o próprio modelo de receita recorrente e relacionamento direto com o comprador. Isso explica o sucesso dos modelos de assinatura, que vem crescendo em praticamente todos os setores de mercado, desde vinhos, cervejas, cosméticos e roupas. Neste artigo da Fast Company Brasil você confere exemplos de empresas brasileiras que estão liderando este movimento, como a coffee&joy, B4A e Glambox.
Ter um modelo de negócio como a da Netflix também é o sonho de gigantes B2B. A Salesforce fez esta aposta e lançou no último mês o Salesforce+, um serviço de streaming que contará com seis séries originais destinadas a empresas e profissionais com 4 canais de programação ao vivo de eventos promovidos pela empresa e mais de 100 horas de conteúdo.
Falando em serviços, o setor de hospitalidade foi um dos primeiros a iniciar esta cruzada pelo relacionamento direto com o consumidor. Isso nos fez lembrar do case do nosso cliente Pmweb que desde 2008 se propõe a combater a influência dos intermediários para criar um relacionamento direto do hotel com seus hóspedes - o que ajudou demais o setor durante a pandemia! Eles até tem um ebook para quem quer se aprofundar no assunto: Vender, Hospedar, Lucrar.
As marcas mais inovadoras de 2021
O relatório Breakthrough Brands da Interbrand revela as startups mais inovadoras de cada ano. O relatório de 2021 destaca 30 empresas de cinco categorias principais: o mundo gamer, soluções para pais com filhos pequenos, inovação para alimentação, saúde e sustentabilidade e, por fim, as marcas que defendem representatividade e inclusão. Os setores escolhidos dizem muito sobre as tendências no mundo dos negócios. Adivinha? A maioria delas tem ofertas direto ao consumidor - ou então tem foco B2B.
Do nicho pra massa.
Quando Mark Ritson fala, a gente escuta com toda a atenção. Neste artigo para a Marketing Week o estrategista analisa a nova campanha da Boots no Reino Unido e avalia como o marketing de massa volta a ser crucial para as empresas, depois de alguns anos focando exclusivamente em segmentação. Ele explica que a segmentação e a mídia de massa precisam andar de mãos dadas, assim como o digital e o tradicional já aprenderam a andar.
Ainda é possível sonhar com crescimento orgânico?
Um estudo do Ehrenberg-Bass Institute acompanhou 70 empresas nos últimos 20 anos e mostrou o que acontece com marcas que, simplesmente, param de investir em mídia. O resultado, como podemos imaginar, é nada favorável: as quedas nas vendas se acentuam a cada ano, com mais força para marcas que já apresentavam uma queda de investimento em propaganda no período anterior.
Chama atenção que marcas de médio e grande porte que interrompem os investimentos demoram mais tempo para notar uma queda nas vendas. Então, não tem problema cortar a verba um ano e voltar no seguinte? Não é bem assim. O mesmo estudo mostra que interromper o investimento é prejudicial e dificulta a recuperação após um intervalo curto, independente do porte e do comportamento prévio das vendas das marcas.
Olha este dado
Números que chamaram nossa atenção
41%
apesar das suas diferenças, pesquisa da Deloitte revela que tanto millennials como GenZ acreditam que a situação política e social tende a piorar nos próximos anos. Contudo, a mesma fonte revelou que eles tem percebido as marcas mais preocupadas com os problemas da sociedade no geral, e não só no seu lucro.
70%
dos consumidores se sentem mais conectados a marcas das quais CEOs tenham perfis ativos nas redes sociais. Segundo a mesma pesquisa, além de contribuir para a humanização da marca, a presença ajuda os consumidores a conhecerem mais os papéis de liderança por trás das empresas.
40%
das startups norte-americanas tem ao menos uma mulher no time de diretoria ou no C-suite. Apesar de ainda não conquistar a paridade, os dados históricos apontam uma crescente na presença feminina nos altos cargos.
30km/h
passou a valer, a partir da segunda-feira (30/08) a nova velocidade máxima em todas as vias de Paris. O pacote de medida ainda conta com uma redução de 60mil das 140 mil vagas de estacionamento disponíveis na capital dos franceses, visando não só contribuir para a proteção do meio ambiente, como reduzir a poluição sonora, aumentar a segurança e dar mais espaços para ciclistas.
US$ 887.000.000
Multa a ser paga para a União Européia pela Amazon por violar o seu Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR). É a maior multa já determinada pelos reguladores de privacidade do bloco. A multa envolve práticas de publicidade e ainda foi exigido que a big tech revise determinados comportamentos comerciais, que não foram reveladas. A Amazon disse que vai recorrer da decisão.
82%
número de brasileiros que tem pelo menos uma chave Pix cadastrada, segundo pesquisa da Akamai Technologies. A adesão imediata vem em um momento delicado para a economia brasileira, que prevê uma aceleração da bancarização brasileira bem como da maior digitalização do setor.
5%
é quanto representa a redução salarial que 65% de trabalhadores norte-americanos estariam dispostos a ter para continuar trabalhando remotamente. O custo pelo direito ao home office é ainda maior, de um quarto, para 15% dos respondentes.
Olha este termo
Marketeiros amam um novo termo, nós não somos diferentes.
Revenge Spending
Após quase 18 meses, os brasileiros e as brasileiras começam a planejar tudo o que foi adiado por conta da pandemia. De acordo com a quarta edição da pesquisa Raio X do Investidor, 24% dos brasileiros conseguiram poupar dinheiro sem gastar com coisas desnecessárias. O acúmulo financeiro, no entanto, vai gerar o que os especialistas já chamam de revenge spending, revenge shopping ou, em bom português, vingança de compra. Para compensar o tempo perdido, veremos consumidores gastando mais com lazer, sejam viagens, restaurantes, bares ou vestuário. A novidade, segundo especialistas, pode ajudar não só a recuperação econômica, mas também a saúde mental, mas precisa ser vista com cautela: junto com este interesse em gastar, o consumidor precisa continuar atento para não se endividar e perder as lições financeiras adquiridas neste tempo de prudência e planejamento de gastos.
Olha esta ferramenta
Às vezes precisamos de uma mãozinha, aqui vão algumas.
O que um estrategista precisa saber: quais habilidades são essenciais para um estrategista desenvolver em cada etapa da sua carreira.
Gerador de títulos: além de analisar títulos, ele oferece um escore do quão atrativo ele pode ser, além de sugerir o melhor jeito de você nomear algum texto.
Cannes de graça: reúne todas as campanhas de Cannes dos últimos anos, categoria a categoria.
Gostinho do Cannes Lion: ainda sobre ele, um compilado dos materiais que você encontra no modo assinante do Lions.
Como fazer transições no TikTok: um guia bem didático para transformar os seus vídeos ainda mais interessantes e visualmente criativos.
Aqui na Cordão
Um pouquinho mais sobre o que andamos fazendo
O que vem depois do Golden Circle?
Estimulada por uma sequência de clientes da Cordão buscando revisitar seus propósitos, a Dani Lazzarotto escreveu mais um texto sobre o tema para sua coluna no Update or Die. Ela defende que o Golden Circle (uma das principais teorias sobre o assunto) já completou mais de 10 anos e que é preciso atualizar a forma como nós o entendemos - e também o aplicamos em nosso dia a dia!
A cor da Geração Z
Os djovens definitivamente adotaram o verde como sua cor preferida. Quer entender por quê? A Manu Caniellas, nossa Estrategista Jr, gravou este vídeo explicando como o verde substituiu o rosa millennial como ícone fashion e também como ele vem sendo utilizado pelas marcas de alta costura. Vale conferir!
Rolando neste mês
Cursos, eventos e oportunidades do mercado pra você acompanhar
Futech Summit: 13 a 23/09
YouPix Summit: 13, 14 e 15/09
Fórum E-commerce Brasil: 13, 14 e 15/09
4As Strafest: 14/09
SaaStr Annual 2021: 27, 28 e 29/09