Esta news é um pouquinho diferente do que você está habituado. Ao invés das sessões habituais, você vai encontrar um texto mais longo e alguns links de referências sobre a participação da Cordão no SXSW. Eu, Dani Lazzarotto, fui representando nossa equipe e por isso essa news está toda escrita em primeira pessoa.
As coisas que vi e ouvi por lá ainda estão martelando na minha cabeça. E vai levar um tempo até que todos estes assuntos sejam processados, decantados e servidos em forma de insights acionáveis. Então, prometo aprofundar os principais assuntos em próximas edições temáticas, trazendo a profundidade que vocês merecem para temas que, na minha visão, precisam ser discutidos com urgência e seriedade.
Hoje você vai encontrar um resumão do que é viver o South by Southwest. E, em breve, vamos juntos mergulhar em tópicos mais profundos.
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South by Brazil
Para começo de conversa, vale explicar que o South by Southwest (SXSW) é um festival gigantesco que oferece conteúdos simultâneos de inovação, criatividade, música e cinema organizados em diferentes trilhas de conhecimento. Ele acontece de forma distribuída pela cidade de Austin, no Texas, e tem programação acontecendo o tempo todo em diferentes hotéis, bares e casas temáticas.
E mesmo sendo um festival tão distribuído, em cada cantinho de Austin havia um brasileiro. Visivelmente, fomos a maior delegação do South by Southwest este ano. Segundo a organização, cerca de 3500 brasileiros estiveram por lá. Mas, confesso que este número parecia subdimensionado. Nós estávamos por toda parte. Tanto que, muitas vezes, nem parecia que estava fora do país.
Por ser um evento bastante caro (ou caríssimo dependendo do hotel que você se hospeda), ele é majoritariamente frequentado pelo alto-escalão de empresas brasileiras badaladas. Isso muitas vezes se traduz em falta de diversidade entre os participantes - e até um certo elitismo. Esse ponto de vista foi trazido pelo jornalista Guilherme Ravache em um artigo que causou revolta nos grupos de WhatsApp. Mas, apesar de ele ter usado palavras pouco palatáveis, é importantíssimo refletir sobre quem pauta a inovação no nosso país.
Vale a pena?
Foi minha primeira vez participando do SXSW. E, a pergunta que mais ouvi desde que voltei ao Brasil foi: valeu a pena ir? A resposta rápida é: sim, valeu! Mas, respondendo de forma mais elaborada, devo pontuar que você provavelmente terá acesso a todo o conteúdo do SXSW sem viajar até Austin, sem bloquear a agenda e sem gastar em dólar. Mas, acontece que o conteúdo é apenas uma parte da equação.
Na minha experiência, teve muito valor permitir-se ficar mais de uma semana absorvendo conhecimento, caminhando por novas ruas, vendo meus ídolos intelectuais serem materializados em carne e osso, encontrando pessoas de todas as partes do mundo e discutindo sobre assuntos emergentes a cada esquina. Aqui, sou eu falando do evento para uma matéria da TV Cultura. Chique, né?
E quais os assuntos mais falados por lá?
Como foi minha primeira vez, eu joguei principalmente em um terreno seguro. Busquei conteúdos de marcas e palestrantes que conhecia, admirava e queria muito tietar ao vivo. Então, os conteúdos que chamaram minha atenção não foram os mais fora-da-caixa. Mas, consegui ter um olhar mais aprofundado sobre pontos que, na minha opinião, seriam os mais relevantes para meu dia-a-dia enquanto estrategista. Por isso, nas próximas edições da newsletter, vamos aprofundar nestes pontos:
Um mundo AI-First: A inteligência artificial vai transformar completamente o mundo como conhecemos. A maioria massacrante dos palestrantes afirmaram que a IA vai provocar uma ruptura social análoga ao que revolução industrial provocou no século XIX. Estamos apenas engatinhando no que a IA é capaz de fazer. Os sistemas multi-modais devem tornar ainda mais simples a interação com a IA e multiplicar sua capacidade de responder a nossas necessidades sem a necessidade de um prompt verbal (como fazemos com o Chatgpt, por exemplo).
Multi-tecnologias: A Inteligência Artificial generativa é como uma internet, sobre a qual muitas coisas serão criadas. Mas, junto com ela, algumas tecnologias serão parte da revolução: blockchain, internet das coisas, computação espacial, computação quântica e biotecnologia.
Uso responsável da AI: com grandes poderes, vem grandes responsabilidades. Muitas palestras abordaram a necessidade urgente de regulamentação e também das empresas criarem os próprios protocolos de uso responsável da IA. A discussão também foi intensa sobre a qualidade dos dados que usamos para treinar os algoritmos, os especialistas afirmam que as pessoas deveriam ser alertadas sobre qual é a base de dados de cada ferramenta para saber se confiam, ou não, nas respostas da AI.
Epidemia de solidão: Foram muitas e muitas palestras que abordaram este tema. Com a digitalização crescente da vida no pós pandemia, cada vez mais pessoas de todas as gerações relatam sentirem-se sós. E isso é um problema social que impacta, inclusive a saúde da população. As soluções para isso passam por novos comportamentos do consumidor e até o crescimento do uso de IA como companhia.
Comunidade: A queda das redes sociais, a ascensão das micro-comunidades foi muito falado por lá. Como forma de driblar o conteúdo mimetizado pela AI e destacar-se diante dos cruéis algoritmos das rede sociais, muitas palestras destacaram a importância de criar um conteúdo autêntico e autoral que se conecte com micro-comunidades específicas.
SXSW sem sair de casa
Como eu disse, muito do conteúdo do SXSW estará disponível online. Por muitos anos, eu acompanhei o evento desta forma. Então, eu lhe encorajo a ver com os próprios olhos as melhores palestras do evento e fazer parte do evento no conforto do seu lar. Segue algumas dicas:
O Youtube do SXSW vai disponibilizar mais de 100 palestras legendadas em português (elas ainda não estavam disponíveis no momento em que redigi esta edição da news).
Apresentação da Amy Webb é um clássico do SXSW e já está no Youtube. Você pode também acessar o relatório do Future Today Institute, com mais de mil páginas, com previsões para as mais diversas áreas.
Os podcasts ao vivo da Voxmedia com as celebridades intelectuais mais badaladas da atualidade foram disputados a tapas durante o evento. Muita gente ficou de fora, mas você já pode ouví-los com tranquilidade. Deixo aqui o link para o The Pivot - com Scott Golloway e Kara Swisher, que já está no ar. Mas, tem também o Where Should We Begin com a Esther Perell e o Trevor Noah (que ainda não está disponível) e o Unlocking Us da Brené Brown com a Esther Perell (que também ainda não subiu, mas logo estará lá).
Você leu até aqui e ainda não respondeu a nossa pesquisa???
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