Preparados para a criatividade artificial? #17
Marcas apostam na inteligência artificial para criar campanhas
Você já deve ter escutado que a inteligência artificial vai substituir por completo a mão de obra em algumas funções, certo? Provavelmente, também imaginou que sua função enquanto profissional da indústria criativa jamais poderia ser reproduzida pela tecnologia. Mas, mesmo que você ainda não tenha percebido, humanos e máquinas já estão competindo e colaborando para criar peças publicitárias, artísticas e de entretenimento. A criatividade artificial já está entre nós.
Nesta edição da Nós da Cordão, nós nos surpreendemos, nos apaixonamos e nos assustamos com este futuro onde os robôs conseguem reproduzir aquilo que achamos que nos faria eternamente únicos: nossa capacidade de imaginar.
Pra ler com calma
Links bons demais para serem lidos rapidamente
Eu, humano.
Ser mais criativo é um desafio não só porque é difícil, mas porque muitas vezes é graças a associações, conceitos e idéias inesperadas que a maioria das grandes histórias ganham vida. Enquanto a apresentação destas idéias divergentes às vezes parece uma ocorrência aleatória, estamos vendo agora a inteligência artificial (IA) sendo usada por criativos para gerar idéias mais inspiradoras.
Não fomos nós quem escrevemos o texto do parágrafo acima, foi uma inteligência artificial baseadas na tecnologia GPT-3, que foi desenvolvida pelo OpenAI, laboratório de inteligência artificial que Elon Musk ajudou a fundar. A GPT-3 dá aos computadores a capacidade de gerar textos sofisticados e semelhantes aos humanos. Então, se você não conseguiu perceber que o texto do primeiro parágrafo não foi escrito por nós, saiba que você não está sozinho. Nesta matéria no The Economist vimos que o publico em geral não é capaz de avaliar se artigos foram escritos por humanos ou pelo software.
Propaganda feita por inteligência artificial?
Se pouco a pouco estamos nos rendendo a todas as formas de recursos tecnológicos, por que não aceitar a inteligência artificial para nos auxiliar no processo criativo? Com essa provocação, este texto do Faris Yakob traça um breve histórico de como a IA já está invadindo o reduto criativo desde criação de anúncios a textos elaborados por softwares.
Segundo Faris, ao invés de vermos a inteligência artificial como uma ameaça aos empregos criativos, devemos vê-la como parceira externa, capaz de ampliar nosso repertório e gerar centenas de pontos de partida para serem refinados por nós humanos.
Esta também é a opinião dos especialistas neste especial do The Economist. A inteligência artificial não deve roubar nosso trabalho, mas criar diferentes funções e trabalhos neste universo criativo.
Deepfake artístico
Mas, se na propaganda o futuro parece promissor, nas artes esta inteligência artificial poderosa e criativa pode ser um problema. Para quem não conhece o termo, deepfakes são fotos, áudios ou vídeos gerados por inteligência artificial que são quase indistinguíveis da realidade.
O principal destes problemas está relacionado aos direitos autorais. Artistas vem sendo mimetizados para criar álbuns inteiros feitos exclusivamente por algoritmos. Como é o caso do single produzido pela CableTV, que colocou todas as letras de Taylor Swift em uma rede neural para criar novas letras e, em seguida, reuniu os resultados em uma música.
Nesta mesma vibe artística, está o canal Voice Synthesis, conhecido por criar deepfakes inesperados. Ao entrar no canal podemos ver JAY-Z fazendo raps com Hamlet ou com a Bíblia. O cantor tentou, sem sucesso, retirar judicialmente os deepfakes do ar. Afinal, hoje não existe regulamentação capaz de proteger artistas ou pessoas comuns de imitações geradas por IA.
Ainda, existe uma discussão enorme sobre os perigos dos deepfakes para uso político. Mas, esse é assunto pra outra news!
Olha este dado
Dados para embasar seu próximo trabalho
5h30min
é a média de tempo gasto na frente do celular dos brasileiros, por dia, enquanto a média mundial é de 4h48min. O mesmo estudo indicou que 70% desse tempo é usado para assistir conteúdos via streaming, fotos ou redes sociais.
3
minutos para o termo “Maleta Avon” chegar no pico de buscas em uma ação da marca de 20 minutos no reality show Big Brother Brasil: um crescimento de 5.324%. Só o aumento das buscas do termo Avon atingiram um pico em 4 minutos de ação, pico de 3.804% nas buscas.
4
cresce o número de empresas que estão adotando a semana de trabalho com um dia a menos. Empresas do Reino Unido e Japão já tem casos consolidados, enquanto no Brasil já tem gente testando o formato. Será que essa moda pega?
663.000
metros quadrados de áreas devolvidas por empresas na cidade de São Paulo, por conta do aumento do trabalho remoto. O Itaú Unibanco cortou 60mil m², por exemplo.
80%
do mercado de botijão de gás no estado do Rio de Janeiro está controlado pela milícia e tráfico, segundo a Associação Brasileira dos Revendores de GLP (Asmirg). As comunidades mais carentes sofrem, não só pelo valor do item essencial, mas pelas pressões e ameaças destes grupos.
2.000.000.000
e o primeiro clipe brasileiro de uma artista solo a bater a impressionante marca de visualizações no Youtube foi dela, Galinha Pintadinha! Superando até Anitta, a personagem infantil já vinha colecionando outros recordes, em cima até de artistas internacionais, como Justin Bieber.
Olha essa ferramenta
Uma seleção de ferramentas baseadas em inteligência artificial
Copy.ai: essa ferramenta é quase inacreditável. Ela gera textos para blogs, posts e até slogans publicitários em poucos segundos. É um ótimo ponto de partida para aqueles dias de bloqueio criativo.
Seenapse: Já que a criatividade é a capacidade de fazer cruzamentos inusitados, este site oferece centenas de ideias geradas por inteligência artificial para encorpar o brainstorm da sua marca.
My Heritage: Em tempos de luto, essa ferramenta pode ser reconfortante. Ela anima fotos antigas de antepassados, recriando movimento no rosto e fazendo-os parecer vivos.
Bruno Sartori: Não é ferramenta mas vale conhecer o trabalho do brasileiro Bruno Sartori, que cria sátiras políticas a partir da tecnologia deepfake. Além disso, ele é um ativista sobre os riscos que o deepfake traz à democracia.
Obvious Art: Na mesma linha, vale conhecer o coletivo parisiense especializado em criar arte feita por algoritmos. Sua peça mais famosa, Retrato de Edmond de Belamy, foi leiloada em 2018 pela bagatela de US$ 432 mil.