Quem lembra do novo normal? | #03
Precisaremos lidar com um novo estágio da pandemia: a saída dela.
No mês de junho vários governos e prefeituras apresentaram - com direito à competição no melhor estilo rivalidade de torcida - os calendários de vacinação. Parece que ela vem aí! Se você ainda não recebeu a sua dose - ou as duas - é questão de tempo para atingirmos um novo estágio dessa pandemia: sair dela.
Já começam a surgir matérias, estudos e pesquisas sobre como lidaremos com ansiedade e até medo desse retorno ao convívio social e trouxemos alguns que chamaram nossa atenção nesta news. Vamos acompanhar não só pessoas entusiasmadas mas também algumas desajustadas com essa retomada.
Para nós, fica a indagação de como poderemos colocar as marcas a favor deste novo momento, que vai lidar com consumidores e consumidoras tão ávidos pela volta de um normal, como assustados!
Já pensou sobre isso?
Para ler com calma
Links bons demais para serem lidos rapidamente.
Pandemia: o que [ainda] vem por aí.
Em um dos artigos mais interessantes sobre o período pós-pandêmico, o New Yorker ouviu a opinião de psiquiatras e outros experts sobre sentimentos de ansiedade e medo em populações de países onde a vacinação está mais avançada. O tempo de confinamento foi bem cruel para a mente humana, que agora precisa de mais tempo para se acostumar com a volta.
Prova real deste novo problema que lidaremos é este artigo da Harvard Business Review. Durante a pandemia, nossos círculos pessoais e profissionais diminuíram 16%. Para os homens foi ainda pior - quase 30%. O alerta não é só por conta da nossa capacidade de interagir, mas também de tolerar: com uma média baixa de interações durante a pandemia, tendemos a homogeneizar nossa exposição a diferentes pensamentos e visões de mundo.
No ano passado, a Superinteressante publicou uma reportagem sobre como outras pandemias já mudaram a arquitetura e o design, seja das construções, objetos e até meios de locomoção. Agora, esta matéria portuguesa sobre a necessidade de espaços para home office revela algo que pouco a pouco tem ganhado a discussão na medida em que mais empresas irão adotar modelos mais flexíveis de trabalho. Esse assunto foi abordado em um trabalho acadêmico do ano passado do Matheus, nosso estrategista, sobre os usos das janelas durante a pandemia.
Além de nós outra turma irá sentir o impacto do fim da pandemia: nossos pets. Depois de se adaptarem com a nossa presença diária, eles também demandarão atenção para se readaptarem a uma jornada diária sem a nossa companhia. Fica aí uma baita oportunidade para as marcas do segmento.
A eterna busca pela efetividade.
Além da crise humanitária, social e psicológica, a ressaca da pandemia também é econômica. E, por isso, é cada vez mais importante fazer investimentos em marketing realmente eficazes.
Em 2020 a WARC lançou este guia sobre efetividade, que é leitura obrigatória para profissionais da área. E agora no final de junho rolou o Awards for Effectiveness, a primeira premiação de Cannes com foco exclusivo em efetividade, ou seja: só é premiado quem consegue demonstrar resultados reais e tangíveis (por que choras, fantasma?). Para conseguir comprovar resultados de médio prazo, podem se inscrever na categoria cases veiculados até 3 anos antes da premiação.
A grande vencedora de 2021 foi a campanha Crazy Dream da Nike, que em 2018 celebrou os 30 anos do slogan “Just Do It” trazendo Colin Kaepernick em um manifesto ousado e progressista. O filme de lançamento é um dos textos mais inspiradores que já vimos na história da propaganda e os resultados não deixam dúvida sobre sua efetividade. O case já tem alguns anos, mas se você ainda não se aprofundou, o relato completo e todas as polêmicas envolvidas nele você assiste aqui. Vale a pena!
E pra quem gosta de benchmarks não só criativos como efetivos: todos os ganhadores do Effectiveness Lions 2021 você vê aqui.
Adquirir ou reter clientes? A resposta certa é adquirir.
Ainda falando sobre efetividade, uma pesquisa do Ehrenberg Bass Institute comprovou que os esforços usados para atrair novos clientes também são eficazes para a retenção, enquanto o contrário não acontece. Por isso, a conclusão do instituto é que investir na aquisição de novos clientes é um investimento que traz melhores retornos.
Seu target tem poder de compra?
Muitas campanhas publicitárias tem como público alvo os Millennials (aqueles nascidos entre 1980-1995). Mas, os dados mostram que esta é a geração adulta com menor poder de compra de todos os tempos. Esta é a conclusão de Tom Goodwin, que você acompanha nessa thread. Ele nos provoca a pensar se não estamos errando feio ao excluir os Boomers (1945 e 1964) das campanhas publicitárias, já que são eles que realmente tem dinheiro para gastar.
Employer Branding é pré-requisito para o crescimento.
Outro efeito colateral do mundo pós-pandêmico é que as pessoas aprenderam que podem trabalhar para qualquer empresa do planeta sem sair de sua casa, e por isso, ter uma marca clara e atrativa tornou-se requisito básico para negócios que precisam montar times de alta performance - especialmente no segmento de tecnologia.
Neste artigo vemos 5 bons exemplos de empresas que estão ganhando destaque como Employer Brands, criando clareza para sua cultura, propósito e diferenciais. E aqui, vemos um video-case completo de como a Siemens construiu uma marca empregadora atraente.
Qual a importância do departamento de marketing na sua empresa?
Raja Rajamannar, CMO da Mastercard, traz sua visão de porque o marketing perdeu a relevância nos últimos anos e como o departamento pode recuperar o status que nunca deveria ter perdido. O ponto mais interessante é como ele mostra o esvaziamento da disciplina, com a criação de outras áreas dentro das organizações que atendessem ao que ficou conhecido como os 4P's do marketing, e que contribuíram para o isolamento do setor e, consequentemente, descrença dos CEOs.
Porque o Tik Tok vicia?
E para fechar esta seção trazemos essa apresentação dinâmica que explica a psicologia por trás do TikTok sob as lentes do UX e porque é tão difícil largar o celular depois do primeiro vídeo. O mais bacana é a interatividade, mostrando todo o design e como ele acaba nos “aprisionando” na tela do aplicativo - mesmo quando a gente esquece que era só uns minutinhos.
Olha esse dado
Números que chamaram a nossa atenção neste mês
67%
dos usuários do TikTok são menores de 24 anos, é o que revela estudo recente da Warc. Instagram e Youtube já são “coisa de velho".
80%
dos usuários de TiKTok revelaram em uma recente pesquisa que já descobriram alguma música através da rede social. Ainda, 56% destes dizem ter sido naturalmente impactados por música na seção For You.
200%
foi o aumento de acessos à playlist do seriado Friends no último mês, em decorrência do lançamento do especial que reuniu o sexteto depois de quase duas décadas. O dado mais impressionante é que são jovens de 18 a 24 anos os que mais escutam a trilha da série - ué, não são eles que acham “cringe” gostar de Friends?
67%
dos Youtubers preferem manter sua autonomia criativa quando contratados para campanhas de marketing, contra 43% dos Instagrammers, de acordo com pesquisa da Takumi que ouviu mais de 2 mil pessoas, entre influenciadores e profissionais de marketing digital entre abril e maio de 2020.
45
é a idade média dos fundadores de startups de sucesso, segundo levantamento da Harvard Business Review.
36
é a idade em que somos mais felizes, segundo estudo publicado na Conversation. A justificativa é uma fase de transição para a vida mais adulta e com mais conquistas, como de carreira e para a vida pessoal.
97
apps sobre astrologia foram adicionados à Apple Store em 2020. Nessa reportagem do Mashable a gente entende como o interesse pelo movimento dos planetas e das estrelas só tende a crescer.
-5%
é o percentual de brasileiros que deixaram de usar as redes sociais como fonte de notícias. A pesquisa da Reuters revela que todas as plataformas registraram queda no uso exclusivo para notícias. Isso acontece no mesmo ano em que o país se torna líder no percentual de preocupação com fake news: 82% se dizem preocupados (tava na hora, né?).
Olha esse termo
Marketeiros amam um neologismo: nós não somos diferentes.
Kintsugi
Técnica secular japonesa de restauro que não só preenche fissuras como as deixa com mais evidência carrega em si uma filosofia de vida. Em um mundo de obsolescência programada e com discussões cada vez maiores do que é beleza, valorizar as imperfeições e falhas soa transformador - e tranquilizador.
Dois fatos curiosos chamaram nossa atenção para a valorização do imperfeito. Primeiro foi a Kate Winslet que proibiu retoques digitais em suas fotos de divulgação da série Mare of Easttown - uma série que se você ainda não viu, corra para assistir. A atriz de 45 anos retornava umas quantas vezes os materiais informando que sabia muito bem as marcas do tempo que carregava. E a segunda foi da polêmica webcelebridade Gabriela Pugliesi que gastou uns quantos reais para tornar os dentes mais imperfeitos. Segundo ela, a perfeição tornava sua aparência menos jovial, preferindo caninos mais pontudos e os dentes frontais maiores. Em um período marcado por mais clareza das marcas, será que a exposição e procura das imperfeições se tornará uma prática?
Olha essa ferramenta
Às vezes a gente precisa de uma mãozinha: aqui vão algumas.
Deck of Brilliance: para ajudar na construção de arco narrativo para sua apresentação.
Window Swap: um giro on-line e ao vivo por janelas no mundo todo, com vistas e paisagens da Groenlândia à Rússia. Só clicar e deixar o modo randômico te levar para um passeio digital.
Consumer Barometer: mais uma da gigante Google. Dados de 150.000 pessoas de 43 países sobre hábitos de consumo na internet.
Pushshift: coleta dados do Reddit. Com diversos filtros, é possível conhecer os assuntos mais discutidos, os tópicos mais recentes e o que há de novidade no fórum de notícias e agregador social.
PlayPhrase.me: escolha uma frase e veja em quais cenas de filmes ela é dita. Ótimo para quem curte incluir gifs ou vídeos nas apresentações.
Aqui na Cordão
Um pouco mais sobre o que andamos fazendo.
Deprimidos, falidos e cringes
Nossa fundadora e estrategista Dani Lazzarotto teve mais um texto publicado pelo Update or Die. Inspirada pela provocação do Tom Goodwin, ela fala sobre como os millennials deixaram de ser a geração que iria mudar o mundo para se consolidar como geração mais pobre e deprimida do planeta.
Mentoria para gestores de marca
É muito comum que nossos clientes sintam dificuldade de fazer a gestão da marca no dia a dia por sentir falta de uma orientação mais teórica e atualizada. Por isso, neste mês começamos a rodar um novo serviço: mentoria para gestores de marcas. Todo nosso conhecimento é passado de forma individual e baseada nos gaps de cada empresa e cada profissional.
Um manifesto pra chamar de nosso
Como estrategistas, nós amamos um bom manifesto para dar forma a tudo que a marca é e acredita. Nossos parceiros da Nameless nos presentearam com este lindo video manifesto pelo aniversário de um ano da nossa nova marca, que também foi desenhada por eles. A gente amou muito o presente, assim como tudo que fazemos com estes parceiros de longa data.
Enfim, o segundo semestre
O segundo semestre chegou e com ele todos os briefings de estratégia que ficaram represados no início do ano. Por aqui, estamos iniciando muitos projetos com lançamento previsto lá para 2022. E, por aí? Já se deram conta que metade de 2021 já passou?
Rolando neste mês
Cursos, eventos e oportunidades do mercado pra você acompanhar
Fórum E-Commerce Brasil: 13, 14 e 15/07
Gartner Tech Growth & Innovation Conference: 20 e 21/07
Campus Party Brasil: 22, 23 e 24/07