Swiftonomics: o poder da loirinha #59 👩🏼
O que Taylor Swift está nos ensinando sobre marcas e mercado
Você pode estar se perguntando se é coisa de fã uma newsletter de branding sobre uma artista pop. E realmente é. Considerem essa Nós da Cordão como uma “carta-resposta” para todas as vezes que eu usei Taylor Swift como exemplo de um plano de marca, um tema de palestra ou um texto de análise de go-to-community (todos esses exemplos aconteceram, de fato).
E, aproveitando a chegada da loirinha - apelido carinhoso dos fãs - no Brasil neste mês, com seis shows - dos quais estarei em quatro (!) - conto um pouco mais sobre o fenômeno que já virou até termo para designar sua influência no mercado e na forma de gerir marcas: Swiftonomics.
O que é Swiftonomic?
O termo tem a ver com o impacto na economia que os shows da sua recente turnê, The Eras Tour, tem provocado nas cidades por onde passa. A “Economia Swift” vai muito além da venda de ingressos: por exemplo, nos EUA, local que ocorreram 53 shows este ano, o impacto estimado é equiparado ao de um Super Bowl - ou algo aproximado a 10 bilhões de dólares.
Isso representa, em gastos individuais com ingressos, passagens, hospedagens e deslocamentos algo em torno de US$1.327 - pouco mais de R$6.500 - e que somando esses gastos, um impacto de US$4,6 Bilhões, superior ao PIB de 35 países!
No Brasil, ela nem chegou direito e já estamos sentindo esse mesmo efeito: no Rio de Janeiro a ocupação hoteleira no período que acontece sua estreia em solo nacional é quase de 100%. E também na esfera legal: tramita no Congresso Nacional a Lei Taylor Swift - isso mesmo, você não leu errado - que visa punir os cambistas, após a confusão na venda de ingressos por aqui.
@jornalogloboECONOMIA É POP | Nem mesmo o Fed, o banco central americano, passou batido pelo sucesso que Taylor Swift tem tido com Eras Tour, turnê que deve percorrer os cinco continentes, em mais de 100 apresentações, e que chega essa semana ao Brasil. Segundo a Billboard, esta já é a terceira turnê mais lucrativa da história. A expectativa é que o faturamento total ultrapasse US$ 1 bilhão. Com a extensão da turnê, recém anunciada pela artista, a Eras Tour tem agenda de shows marcada até agosto de 2024. #JornalOGlobo #TaylorSwift #swifties #TheErasTour #TheEraTour #theerastourtaylorswift #TikTokNews #TikTokNotícias #taylornobrasilTiktok failed to load.
Enable 3rd party cookies or use another browser
O impacto na cadeia de distribuição
Taylor confia tanto no poder da sua comunidade que ignorou o fato dos grandes estúdios pedirem para ela esperar até 2025 para lançar seu filme-show da recente turnê. Resultado? Acabou preferindo fechar um acordo direto com as salas de cinema, causando a ira de Hollywood. O crítico de cinema Waldemar Dalenogare Neto, analisa com mais detalhes este feito inédito, no vídeo abaixo.
Para quem dúvida ainda, ela estava 100% certa: é o filme-concerto de maior bilheteria, a segunda melhor abertura doméstica de todos os tempos no mês de outubro e o sétimo melhor dia de abertura de 2023.
Estratégias go-to-fanbase
Taylor iniciou uma cruzada para regravar seus seis primeiros álbuns. Se o gesto por si só já representa sua obstinação em recuperar os direitos das suas autorias musicais, ele também prova mais uma vez sua expertise em mobilizar sua comunidade de fãs.
Até o momento ela já regravou quatro, e todos apresentam algum número impressionante. Por exemplo, sua última regravação, 1989 Taylor’s Version, lançada em 27 de outubro deste ano, já é a maior lançamento de álbum de 2023 no Spotify e a segunda maior estreia na plataforma, perdendo apenas para “Midnights”, da própria Taylor Swift, como maior estreia do Spotify.
E seu gesto não passou batido pelas gravadoras. Segundo reportagem da Billboard, os novos contratos assinados com artistas tem aumentado o prazo para as regravações, ou até mesmo extinguindo a possibilidade do artista em fazer.
Pulseiras da amizade: o totem Swift
Inspirado pela letra de uma de suas canções mais recentes, os fãs criaram uma tradição nos shows de trocar pulseiras de miçangas, geralmente com frases ou palavras associadas a sua discografia.
No Brasil, o comércio local já sentiu o efeito desde a confirmação dos shows por aqui: no Saara, o mercado popular no Rio de Janeiro: o faturamento aumentou 40% com vendas das pedrinhas coloridas. E também virou alvo de campanhas publicitárias como na rede de mercado Swift, que não tem nenhuma relação com a cantora, também entrou na brincadeira.
2,3
magnitude de um abalo sísmico provocado pelo shows de Taylor Swift, da "The Eras Tour", no estádio Lumen Field, em Seattle. Foram 144.000 pessoas que provocaram o registro histórico.
R$ 500 mil
bonificação dada aos motoristas dos caminhões que transportaram o palco da The Eras Tour durante a sua turnê nos EUA. Esse valor foi para cada um dos transportadores, o que, somados, gira em torno de R$ 264 milhões.
400%
crescimento das vendas de camisas do Travis Kelce depois que Taylor Swift compareceu ao jogo na NFL. Além disso, a audiência do jogo aumentou 8,1% no grupo demográfico feminino de 12 a 17 anos. E os dados da Roku TV mostram que o jogo obteve um aumento de 63% na audiência feminina na faixa etária de 18 a 49 anos.
US$ 1,1 bilhão
primeira cantora a entrar na lista de bilionárias com base apenas em suas músicas e seus shows. De acordo com estimativas da Forbes, sua fortuna teve um aumento de US$ 360 milhões em relação a junho, quando Swift ficou em 34º lugar entre as mulheres mais ricas dos Estados Unidos.
6
indicações ao Grammy 2024, o Oscar da música, para o trabalho Midnights, o mais recente da cantora. Com as indicações ela já quebrou um recorde - sete vezes indicada a Song of the Year - e pode quebrar mais um, se vencer pela quarta vez o mais disputado da noite, Álbum do Ano.