Tem espaço físico para o varejo? 🏬 #54
As lojas como conhecemos estão sumindo. E isso é um alerta.
É só dar uma voltinha ao shopping mais próximo, ou mesmo cuidar as lojas durante algum trajeto que você costumava fazer nos últimos anos. A quantidade de placas “Aluga-se”, “Vende-se”, ou “Encerramos as atividades” assustam, mas também podem significar um momento de virada que o comércio físico está passando.
De crise para a sua reivenção, sabemos que o varejo presencial continua impactando e seu novo modelo parece estar sendo desenhado em meio a muitos embates e pressões, principalmente pelo lado do consumidor. Quem sabe não chegou a hora da gente reunir um pouquinho desses acontecimentos numa newsletter e vislumbrar esse futuro? Foi isso que tentamos, aqui ;)
O que está acontecendo com a loja física
Mesmo que a pandemia e o e-commerce tenham reduzido a circulação de pessoas, existe um desinteresse do varejo em investimento nos ambientes e na mão-de-obra e, consequentemente, afastado os consumidores, como mostra esse artigo da Vox.
A experiência física tem sido cada vez mais desestimulante, e a ideia de passear por corredores com a possibilidade de conhecer produtos tem sido cada vez mais difícil. Problemas como a pouca facilidade de contato com produtos e a inabilidade de algumas lojas em lidar com o excedente de estoque levaram a quase falência da Tok&Stock, por exemplo.
Provando que a experiência ainda é um fator diferenciador, vemos grandes marcas como a Zara investindo não só em abertura de novos pontos como inovando nos layouts.
O mesmo também é verdade para as marcas nativas digitais: Skims, a loja de lingeries da ultracelebridade Kim Kardashian e Monos, uma marca de bagagens, estão abrindo suas primeiras unidades pop-ups para expandir o desejo dos seus clientes e potenciais.
BOPIS
A sigla estranha formada pelas iniciais da expressão “Buy Online Pickup In Store” - compre online e retire na loja, em português - é uma estratégia de canal de vendas que tem ajudado muitas empresas a sobreviver no meio físico - e no digital.
Isso porque a estratégia não só a aumentar a circulação de clientes nas lojas, mas torna a retirada de itens mais garantida e a possibilidade de troca muito mais fácil e ágil, uma das principais dores dos consumidores online.
Apesar de onerosas para os locais físicos, como a questão de estoques e do visual merchandising, BOPIS demanda um e-commerce bem completo para atrair os consumidores e, então, levá-los para as lojas: 59% dos consumidores dizem que provavelmente navegarão online e comprarão na loja, e 54% provavelmente olharão um produto na loja e comprarão online.
O futuro dos shoppings
Um conceito de conveniência como o de cidades dos 15 minutos parece estar sendo adotado pelos novos projetos de shoppings centers. Estabelecimentos com menores metros quadrados, trazendo lojas de renome no varejo, além de espaços de lazer e gastronomia.
Essa é a proposta do Livat, empreendimento do mesmo grupo da Ikea, que conta com uma loja da marca de um terço do seu tamanho original, vários estabelecimentos no formato pop-up, um restaurante e uma cafeteria, além de outros espaços. O conceito é para ser um espaço de encontro mais local, focado na vizinhança e no convívio dos moradores daquela região.
Outra forma de inovar dentro do conceito de conveniência é transformar os espaços já existentes em residências. Essa tendência aproveita a boa localização desses espaços para adicionar apartamentos habitacionais junto aos grandes centros de compras. Ao contrário do que se vê por aqui, com plantas projetando torres residenciais em shoppings, nos EUA já há muitos registros de espaços inabitados de shoppings que são transformados em áreas domiciliares.
Beleza: a última fronteira?
Ainda que o comércio tenha se rendido ao digital, e o e-commerce seja uma grande força a ser sempre considerada, as lojas físicas de produtos de beleza ainda são a principal escolha dos consumidores. Na verdade, seis em cada dez, segundo uma pesquisa com pessoas dos EUA, Reino Unido e Alemanha.
E nem a pandemia foi capaz de aculturar os clientes: o caso da Ulta Beauty, por exemplo, mostra que os resultados já superaram a fase de isolamento social, e os 10,7% de crescimento nas vendas tem uma grande contribuição das lojas físicas. A empresa é um case interessante, pois entende que a jornada de compra começa no online, mas que só é concluída no presencial, por isso promove uma série de ações nas lojas para reunir consumidores e explorar a experiência deles com os produtos.
42%
da Geração Z afirma que seus gastos ainda ocorrem em lojas físicas, comparável à 38% dos gastos da geração Y. Como resultado, não restam dúvidas da importância de se pensar estratégias omnicanal.
52%
relataram ter feito mais compras online desde o início da pandemia e, ao mesmo tempo, 62% dos entrevistados relataram visitar o supermercado com mais frequência ou aproximadamente a mesma quantidade que faziam antes da pandemia.
2%
foi a alta registrada no fluxo de visitas em lojas de shopping no Brasil, em junho de 2023, comparada ao mesmo período do ano passado. Já lojas de rua contabilizaram 11% de aumento.
6
dos dez shoppings centers inaugurados ou previstos em 2023, no Brasil, são em municípios do interior. Um dos motivos é a saturação desse tipo de empreendimento nas grandes capitais.
61%
dos consumidores fariam download do aplicativo de uma empresa que apresentasse a eles melhores recompensas de fidelidade. Da mesma pesquisa, 83% dos brasileiros disseram ter passado a usar mais aplicativos de compras durante a pandemia, maior índice do que a média global de 53%.
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