Muitos fatos acontecem e só depois a gente diz: como eu não vi isso chegando? Pois é, mas se tem uma coisa que vem dando sinais claros que vai acontecer é o domínio do TikTok.
De rede social de dancinhas para uma gigante do social commerce, ele vem incomodando outras grandes concorrentes diretas e também influenciando mercados indiretos, como o da música e das editoras.
Entender essas forças e como podemos antecipar para nosso dia a dia com as marcas e com as estratégias de marketing é o objetivo dessa edição. Apertem os cintos, o TikTok vem aí.
TikTok x Redes Sociais
Não é nenhuma novidade que o TikTok vem causando rebuliço e ganhando espaço entre as redes sociais. Mas, o curioso é que a plataforma se posiciona como como uma plataforma de entretenimento - e não como rede social! O motivo desta definição podemos compreender nesse artigo do New Yorker que é seminal nesse tema.
O trunfo do modelo de negócio do TikTok, assim como da Shein, é o algoritmo, que dá menos bola para quem conhece quem e foca mais no que cada usuário tem interesse: entregando uma verdadeira experiência personalizada e individualizada.
Para o autor, esse pode ser o início do fim do monopólio das gigantes. Mas, o certo é que essa briga de gigantes, onde um copia a estratégia vencedora do outro, ainda vai longe. Mesmo com estratégia vencedora do seu “For You", o TikTok já começou estimular conexões com pessoas conhecidas e interação social.
TikTok x Instagram
O Instagram segue soberano quando o assunto é verba de mídia e audiência, mas as suas recentes tentativas de mudança no feed mostram que a ameaça “da rede do lado” são pauta recorrente das reuniões na Meta.
Além de conseguir manter as pessoas por mais tempo dentro da plataforma, o TikTok também tem conseguido ser mais influente no comportamento de compra de seus usuários. No mercado de moda, por exemplo, a influência do TikTok tem permitido amplificar a audiência e a conversão em compras, mostrando ser muito maior do que uma rede “só de dançinhas e challenges”.
A rede já estuda maneiras de permitir o usuário fazer compras sem sair do TikTok, exatamente como o Instagram, e talvez esse seja o último território para ela se tornar mais relevante do que seu concorrente direto. Vamos ver.
TikTok x Google
Mas, o TikTok não se contenta em rivalizar com as redes sociais. Dados do próprio Google comprovam: jovens da Geração Z estão usando o TikTok e o Instagram como buscador, algo em torno de 40%! O tamanho do impacto é tanto que a gigante de tecnologia nem tem como esconder os fatos.
Os jovens argumentam que o TikTok oferece resultados mais interessantes, imersivos, atuais e confiáveis. O que parece ser verdade uma vez que a maioria das críticas e recomendações deixaram de ser feitos em blogs baseados em textos e passaram para o formato de vídeo.
TikTok x Spotify
Sim, o TikTok também está mudando a lógica do mercado musical digital, como mostra um estudo que analisou a carreira de 5.000 artistas.
Dos artistas que entraram nas paradas do Spotify de janeiro de 2020 a dezembro de 2021, 332 nunca haviam entrado nas paradas antes: 25% deles vieram do TikTok.
Mas, como a análise conclui, o TikTok se torna um meio necessário - e também incerto - para garantir que um viral seja lucrativo para qualquer artista. As regras do jogo mudaram: quer eles aceitem ou não.
28,7
horas gastas por mês pelos usuários do TikTok norte-americanos em 2021, em média. Para comparar, os mesmos gastam 16 horas no Facebook e somente 8 no Instagram.
7
dos 15 livros da lista de best-sellers do New York Times devem sua audiência ao TikTok; quatro deles são da autora Colleen Hoover, um fenômeno TikTok até então pouco conhecido.
10.000
seguidores no TikTok, ter no mínimo 18 anos e um vídeo com pelo menos 100.000 visualizações nos últimos 30 dias são algumas das exigências para usuários participarem do fundo de criadores do TikTok.
39.000
contas no TikTok tem mais de 1 milhão de seguidores, acumulado maior do que Instagram (23k) ou Youtube (33k).
75%
dos usuários do TikTok nos EUA dizem que usam o TikTok para descobrir novos artistas e 63% dizem que ouvem músicas que nunca ouviram antes pela primeira vez na plataforma.
66%
utilizam o TikTok para se distrair, seguido de para se divertir (42%) e para descobrir coisas novas (42%). O estudo foi feito entre usuários brasileiros, e se concentrou nas classes CDE (88%).