Web3: o novo sempre vem, de novo #38 🔅
A gente pode ignorar, mas estaríamos cometendo um grande erro
Um Prêmio Nobel pode sair muitos anos depois que uma descoberta é feita, dado que a sua contribuição e relevância para a humanidade precisa de fato ser comprovada. É como construir os trilhos de um trem sem saber se ele vai passar por ali. E isso, ao que parece, pode explicar todo o rebuliço em torno da Web3.
Enquanto para uns ela não passa de brincadeira de adolescente, para outros ela revela a cada dia um jeito novo de ser aplicada. Blockchain, criptomoedas e NFTs são alguns desses exemplos, que entram e saem das pautas de discussão, mas ainda não compreendemos todo o potencial para aplicar em nossas estratégias.
A primeira Nós da Cordão de 2023 traz um compilado de reportagens, artigos e exemplos práticos que nos ajudam a entender essa tal Web3. Vamos lá?
Se tem 3, quem foi 1 e 2?
A gente te ajuda a entender o que é Web3. Quando a internet ainda “era tudo mato”, o que ela apresentava era uma série de sites estáticos: poucas oportunidades de interação ou de criação de conteúdo por parte dos usuários. Essa era a Web1, que com a chegada das redes sociais e da proliferação dos blogs e sites criados pelos usuários se tornou a Web2, em meados de 2000.
Todas essas dádivas culminaram no nascimento das Big Techs, verdadeiros monopólios que dominam o campo digital e que vem causando muita dor de cabeça não só nos consumidores como nos governos. E daí surge a Web3: contando com o blockchain, esse novo modelo promete uma rede mais descentralizada, dando maior autonomia para os usuários controlem seus dados e o uso das informações que hoje geram as receitas dessas companhias.
Para quem prefere um vídeo, a Harvard Business Review fez esse material bem curtinho para explicar em poucos minutos:
Como a nike está incluindo as pessoas na Web3?
Apesar de mal falada nos últimos anos, as NFTs renderam um lucro de U$185,3 milhões para a Nike. E os investimentos seguem altos: a marca traçou uma estratégia que projeta atrais os fãs da marca, ao invés dos pioneiros em Web3.
E tudo parte de um domínio recém lançado pela Nike, o Dot Swoosh, sem acesso ainda para nós brasileiros :( A idéia é justamente promover uma democratização, em que os consumidores poderão aproveitar para fazer compras virtuais e físicas, acompanhar lançamentos exclusivos e co-criarem produtos.
Inclusive, com a baixa das criptos e das NFTs, a grande aposta é mesmo na co-criação: a Nike vai estimular a interação dos usuários com os designers, que poderão avaliar coleções, e ainda ganhar royalties em cima das vendas de suas próprias criações.
Comunidades descentralizadas?
Decentralized Autonomous Organizations (DAOs) ou, em bom português, Organizações Autônomas Descentralizadas são um modelo de negócio da Web3 cujo um grupo ou entidade que é representada por regras controladas por seus membros e não influenciadas ou controladas por um governo ou poder central.
Isso diz muito sobre o futuro da gestão de comunidades de marcas, um tema que ganhou muita relevancia nos últimos anos. Muito além da descentralização e da democratização, as marcas que se aventurarem nesse modelo “a marca é o cliente e seus clientes são a marca”.
Exemplos não faltam: no entretenimento, a MoviePass promete remunerar os usuários que assistirem comerciais; na saúde, a DeHealth permite que médicos e cientistas comprem dados de pacientes para fins educacionais ou informativos.
Tão nova, mas já precisa de rebranding
Não podemos ignorar o ceticismo que a Web3 tem gerado com as últimas notícias sobre as criptos e NFTs. Por isso, ela vem passando por um rebranding, afastando de si alguns estigmas dessa sua primeira fase, tentando seguir com aquilo que sua essência tem e que pode contribuir para o futuro das marcas e das empresas.
Um exemplo é o movimento de reposicionar as NFTs de artigos colecionáveis para programas de fidelidade e de desconto. Nessa nova fase, as marcas podem explorar o engajamento dos seus consumidores, impactando nas métricas de fidelidade, recompensando aqueles que postam suas criações, seus conhecimentos sobre produtos ou admiração ou oferecendo benefícios exclusivos e de longo prazo.
Outro espaço que vem passando pelo mesmo processo é o metaverso: marcas como a Louboutin ofereceram um token de participação no desfile da Semana de Moda em Paris - tanto quem assistiu presencial ou virtualmente. A marca prometeu benefícios exclusivos além de conteúdos fechados só para quem recebem o código. É acompanhar para ver.
70%
participantes de uma pesquisa disseram não saber o que significa o termo Web3, em março de 2022. A pesquisa foi feita com leitores da Harvard Business Review no LinkedIn.
38%
profissionais de marketing sugerem que estão se preparando para o avanço da Web3, de acordo com um novo relatório da WARC e do MMA.
R$ 150.000
valor distribuído entre os premiados no Hackathon Web3: Tokenização do Patrimônio da União. Ao todo, foram mais de 500 propostas enviadas e as 20 propostas vencedoras do desafio promovido pelo governo federal, alinham-se ainda mais aos planos de modernização e digitalização do Banco Central.
- 99,95%
redução no consumo de energia na mineração de criptomoedas, após uma atualização no sistema. Essa mudança prova que a Web3 também está comprometida com a sustentabilidade, ao mesmo tempo que a sua otimização.
57,5%
respondentes acham que Elon Musk deveria renunciar do cargo mais alto do Twitter. O mais irônico é que essa pesquisa foi feita no perfil pessoal do bilionário, na sua própria rede social.