Branding e inteligĂȘncia artificial đ§ #46
SerĂĄ que os bots vĂŁo criar sua prĂłxima marca?
Hoje estamos celebrando um marco importante aqui na CordĂŁo. A nossa empresa completa 5 anos de existĂȘncia, e a nossa querida newsletter, que vocĂȘ estĂĄ lendo agora, faz 2 anos! Ă emocionante ver como crescemos ao longo dos anos e como a nossa comunidade cresceu conosco. Agradecemos a todos que nos acompanham nessa trajetĂłria, nos inspirando a sermos uma empresa cada vez melhor.
E para comemorar este momento especial, nesta edição da newsletter, vamos falar sobre um dos temas mais quentes no mundo do marketing: Branding e InteligĂȘncia Artificial. Vamos explorar como as empresas estĂŁo usando a IA para criar marcas mais fortes e estratĂ©gias de marketing mais eficazes. EntĂŁo, vamos começar?
Quem tem medo da InteligĂȘncia Artificial?
Aparentemente, muita gente. No inĂcio de abril, rolou atĂ© cartinha assinada pelo Elon Musk, Steve Wozniak e outras mil pessoas falando sobre os riscos e pedindo para interromper o treinamento de inteligĂȘncias artificiais super sofisticadas. Ironicamente, a cartinha foi assinada apenas pelos concorrentes da Open AI - empresa que tem liderado a corrida por desenvolver os produtos mais avançados e populares de inteligĂȘncia artificial (como o Dall-E e o ChatGPT).
Se vocĂȘ tambĂ©m quer ficar com medo, basta assistir o vĂdeo abaixo. Ao clicar no play vocĂȘ verĂĄ duas inteligĂȘncias artificiais, com avatares humanos tambĂ©m gerados por inteligĂȘncia artificial, debatendo de forma autĂŽnoma sobre o futuro da humanidade convivendo com inteligĂȘncias artificiais.
Nem tudo que brilha Ă© ouro
Um dos grandes riscos trazidos pela inteligĂȘncia artificial Ă© que jĂĄ nĂŁo conseguimos distinguir se um texto, imagem, foto ou vĂdeo Ă© mesmo real ou se foi criado por um robĂŽ. Por exemplo: vocĂȘ conseguiu perceber que o texto de abertura desta newsletter foi 100% escrito pelo ChatGPT? Provavelmente nĂŁo.
Hoje nĂłs vivemos a prĂ©-histĂłria da inteligĂȘncia artificial e jĂĄ estamos vendo fotos falsas do Papa sendo noticiadas como reais e atĂ© sofrendo com golpes de sequestro que imitam a voz de uma vĂtima para sua famĂlia, usando a IA.
Para entender o tamanho do problema, neste artigo da Fast Company, o autor imagina como serĂŁo os prĂłximos 10 anos da humanidade com a inteligĂȘncia artificial e - spoiler! - teremos grandes dificuldades para atestar a autenticidade das informaçÔes e tambĂ©m para preservar direitos autorais.
Tudo novo sob o front na indĂșstria criativa
Ă claro que a inteligĂȘncia artificial estĂĄ tendo enooorrme impacto na industria criativa. Mas, desta vez temos uma diferença importante: nas grandes transformaçÔes anteriores (como a digitalização, a ascensĂŁo do mobile ou das redes sociais) a grande mudança estava nas plataformas em que o trabalho criativo apareceria e, desta vez, a mudança estĂĄ na forma como o trabalho Ă© criado.
A Meta jĂĄ anunciou que estĂĄ trabalhando em uma ferramenta que permite a criação autĂŽnoma de anĂșncios otimizados para as redes sociais, e pretende lança-la ainda este ano. EntĂŁo, antes do que imaginamos, o trabalho pesado de criação, desdobramento, administração e gerenciamento operacional de campanhas digitais vai estar automatizado.
A boa notĂcia Ă© que isso vai abrir espaço para o produto mais valioso do setor que Ă© o pensamento original. A mĂĄ notĂcia Ă© que vamos bater muita cabeça e demitir muita gente atĂ© conseguir nos adaptar a essa nova realidade. Por isso, as grandes empresas jĂĄ estĂŁo buscando contratar CAIOs (Chief Artificial Intelligence Officers) para liderar o desafio.
Identidade de marca treinando algoritmos
Aqui na CordĂŁo nĂłs temos refletido muito sobre a importĂąncia da identidade de marca (seja verbal ou visual) no futuro de inteligĂȘncia artificial. O case da Heinz, detalhado no filme abaixo, Ă© um perfeito exemplo de como a IA Ă© abastecida por esta identidade para construir imagens, textos, vĂdeos, etc. Criar identidade de marca forte o suficiente para que os algoritmos saibam reproduzi-la de forma autĂŽnoma serĂĄ um grande trunfo das marcas no futuro. Mas, como eu (Dani Lazzarotto) reforcei em minha palestra na Gramado Summit: âse vocĂȘ nĂŁo tem clareza de quem Ă©, a inteligĂȘncia artificial tambĂ©m nĂŁo terĂĄ".
Designers contra a IA
VocĂȘ certamente jĂĄ escutou por aĂ a frase: "os robĂŽs nĂŁo vĂŁo roubar seu emprego, mas os humanos que souberem usar a IA melhor que vocĂȘ provavelmente vĂŁoâ. Neste excelente artigo, o designer grĂĄfico Richard Turley nos ajuda a entender exatamente o porquĂȘ isto Ă© verdade. Em um post meeeeega explicativo, ele detalha o passo a passo que utilizou para criar uma marca de refrigerante do zero (desde o nome atĂ© a a embalagem) utilizando diferentes recursos de inteligĂȘncia artificial.
Se a sua praia é criar estratégias, a Section, empresa de cursos do Scott Galloway, escreveu um post contando como usar o ChatGPT para escrever posicionamentos. Também é um passo a passo interessante de aprender.
Antes de ir, confere a opiniĂŁo destes especialistas:
Esther Perel, psicoterapeuta, no SXSW, sobre Intimidade Artificial.
Greg Brockman, fundador da Open AI, no SXSW, sobre o futuro da IA.
Yuval Harari, historiador, sobre como a AI ameaça a humanidade.
73 milhÔes
de visitas ao ChatGPT partiram do Brasil. O paĂs Ă© o dĂ©cimo do mundo que mais usa a ferramenta e o primeiro da America Latina.
30%
dos mais de 4 mil profissionais ouvidos pela Fishbowl afirmaram que usam o ChatGPT ou outro programa de inteligĂȘncia artificial na rotina de trabalho.
11,3%
de todo o trĂĄfego da Internet que chega ao site de uma empresa Ă© falso, malicioso e nĂŁo humano.
US$ 35 bilhÔes
é o tamanho estimado do mercado de IA para 2023. Especialistas esperam que o valor exceda US$ 100 bilhÔes antes do final desta década.
40%
dos jovens entre 18-24 anos conseguem identificar corretamente quando um texto Ă© produzido por inteligĂȘncia artificial. Outra forma de ver o dado Ă© que mais da metade deles nĂŁo consegue identificar.
254 mil
foi o nĂșmero de vezes que a mĂșsica fake que imita um feat de Drake com The Weekend, criada por inteligĂȘncia artificial, jĂĄ foi reproduzida no Spotify. No TikTok, o corte mais popular da mĂșsica jĂĄ teve 8,5 milhĂ”es de reproduçÔes.
Se vocĂȘ chegou atĂ© o final da news, Ă© provĂĄvel que seja um leitor fiel e, talvez, vocĂȘ tenha reparado que a news estĂĄ com uma cara diferente. E estĂĄ mesmo! Aproveitamos nosso aniversĂĄrio de 5 anos para renovar a identidade visual: novas cores, elementos e estilo que melhor refletem a maturidade da nossa empresa.
Em breve, vocĂȘ verĂĄ um montĂŁo de materiais novos: novo site, fotos e muitas outras novidades nas quais estamos trabalhando. A CordĂŁo estĂĄ mesmo crescendo e ter vocĂȘ ao nosso lado faz toda diferença. Obrigado!
Toda vez que alguĂ©m me questionar se branding Ă© realmente necessĂĄrio vou mostrar esse vĂdeo da Heinz