A discussão se é certo ou errado separar as pessoas por gerações é sempre válida. Mas não podemos ignorar que a Geração Z - nascidos entre 1995 e 2010 - hoje, atende como adulta. Eles já fazem parte do mercado de trabalho, influenciam nossas formas de consumo e dinâmicas de entretenimento como nunca.
Existem cortes importantes a se fazer, principalmente quando falamos de um contexto mais nacional, mas é interessante perceber como as marcas parecem responder a esses códigos macrossociais inspirados nessas conclusões sobre a Geração Z. Reunimos aqui algumas dessas conclusões e tentamos explicar como elas impactam nos produtos e serviços que consumimos.
GenZ ama marcas de beleza
O autocuidado é um traço de personalidade muito forte e bastante inviolável para o GenZ. Por isso, marcas de alimentação saudável e de beleza são as favoritas desse grupo, segundo essa reportagem da Insider.
Além de produtos naturais, a lista mostra a predileção por produtos de origem conhecida e rastreável e a confirmação da grande influência do TikTok em apresentar essas marcas para eles.
Em outro estudo com marcas de beleza, a fidelidade dessa geração às marcas é ainda mais impressionante: 45% gostam de experimentar uma marca a cada dois ou três meses mas, quando gostam, seus níveis de lealdade saltam para 60%! Ou seja, cuida bem da lealdade da sua marca com eles, pois é quase um casamento.
GenZs no mundo corporativo
Pense bem na hora de pedir para a GenZ vestir a camisa da empresa, ela pode rir da sua cara e ir embora. Isso não quer dizer que eles sejam menos ambiciosos, pelo contrário, só não estão mais interessados em dar a vida por uma causa corporativa, como revela essa reportagem da Fortune.
Eles ainda almejam ascender profissionalmente - 38% dizem querer se tornar CEO, frente 21% e 18% da GenX e Boomer, respectivamente - mas nos seus termos, o que quer dizer, abrindo seus próprios negócios: 31% já relatam estar dedicando horas extras para montar seu negócio.
E quanto mais seguros de si, mas difícil para as empresas em saberem lidar com eles. Não só a falta de habilidade social - efeitos ainda da pandemia, período que essa geração estava ingressando no mercado - mas pela sua falta de filtro em fazer exigências, como a flexibilização de horas ou contestar o trabalho já feito. No post abaixo, um estudo mostra como as empresas podem construir esse território mais seguro e confortável para o que vem aí - e não resistir mais.
GenZ e a decoração autêntica
A escolha das cores de uma geração é algo que nos chama atenção, e não seria diferente ao definir as cores da GenZ. Tons que celebram a tecnologia e a natureza, como o Neo Mint, e que revelam a admiração pelo estranho e cósmico, como o Midnight Plum, estão presentes em campanhas publicitárias e produtos de marcas como Skims e Apple.
Essa celebração não é à toa, e conta um pouco da personalidade da geração. Nativos digitais - primeira geração que nasceu com a internet presente no dia a dia - os estímulos visuais de desenhos animados e filmes como Avatar a jogos eletrônicos permitiu que essa tendência fosse extrapolada para o uso das marcas.
As cores são só um elemento dentro do movimento maximalista, aquele em que o exagero e a propulsão de adornos e objetivos toma conta dos espaços, a favorita dessa geração. Nessa reportagem do The New York Times, espaços são celebrados pela sua bagunça e o convívio nesse caos é também uma forma de encontro dos GenZ com a sua autenticidade e individualidade.
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GenZ e a segurança digital
Aí vai um dado que nos surpreendeu muito: a GenZ tem três vezes mais probabilidade de ser apanhada em fraudes online do que os boomers (16% e 5%, respectivamente), segundo o estudo da Deloitte.
Não é que eles não estejam cientes dos riscos, pelo contrário, mas a hipótese mais aceita é que eles estão escolhendo muitas vezes a conveniência em detrimento da sua segurança digital. E como usuários vorazes, a exposição pode levar a mais chances de cairem em alguma armadilha.
Outro alerta é o que vem acontecendo em apps como Find My Friend. Nele, usuários compartilham sua localização em tempo real com amigos e parentes próximos, e tem uma grande presença entre a GenZ (69%). Porém, ainda é preciso entender como as relações entre esses compartilhamentos vão atender não só às norma de segurança, mas de interações, com essa nova necessidade de monitorar onde e quando seus contatos estão. Meio stalker, mas ok.
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-20%
GenZ está tomando menos leite, e o dado de queda do consumo em 2022 comprova esse fato. As suspeitas recaem sobre o aumento da intolerância à lactose, mas também ao estigma criado no seu entorno, como uma bebida de “adultos”.
32%
mais probabilidade dos trabalhadores com idades entre os 18 e os 24 anos em 2021 de investir no seu plano de reforma profissional do que os seus colegas mais velhos na sua idade. A aposentadoria já é uma preocupação dos GenZ.
43%
dos jovens de 18 a 29 anos afirmam ter enviado uma mensagem de voz, pelo menos uma vez na semana. O WhatsApp disse que mais de 7 bilhões de mensagens de voz foram enviadas no aplicativo todos os dias, em 2022.
52%
da Geração Z são agora viajantes frequentes, contra 41% da Geração X e 35% dos baby boomers. E também aqueles que mais estão dispostos a gastar com viagens, mesmo vivendo a níveis de inflação mais altos do que as gerações anteriores.
35%
dos entrevistados da Geração Z se sentiam culpados por não trabalhar durante as férias, enquanto apenas 22% dos boomers disseram o mesmo. A geração Y e a geração X não ficaram muito atrás: cerca de 30% e 32%, respectivamente, sentiram culpa por não trabalhar durante as férias.
85%
da Geração Z tem um Bitmoji. Eles servem como sua foto de perfil, surgem como stickers no feed, transformando as conversas entre grupos de amigos nas redes sociais e gerando mais autenticidade para essa geração.